Relação entre os Processos de Pirólise do Bambu, Fixação de Carbono e Créditos de Carbono
Por Luis Fernando De Carvalho
Coordenação Pró Fundação Sabor Natureza | ViverDeBambu
(Assistido por IA - DeepSeek)
Assunto: A relação destes processos quanto a fixação de carbono e possível obtenção de créditos carbono. exemplos e estimativas por volumes.
Fonte: Baseado no estudo experimental com carvão de Bambusa tuldoides (Fonte: Dados fornecidos pelo usuário e Embrapa/UFPel).
1. Fixação de Carbono no Processo de Pirólise
O bambu, por ser uma planta de rápido crescimento, possui alta capacidade de sequestro de CO₂ durante seu ciclo de vida. Quando convertido em carvão (biochar) por pirólise (decomposição térmica sem oxigênio), o carbono fixado na biomassa é estabilizado em uma forma recalcitrante, que pode permanecer no solo por centenas a milhares de anos, dependendo das condições de aplicação.
Etapas-chave para fixação de carbono:
Crescimento do bambu: Absorve CO₂ atmosférico via fotossíntese.
Pirólise: Conversão da biomassa em biochar, que retém ~50% do carbono original da planta.
Aplicação do biochar no solo: Estabiliza o carbono e melhora a fertilidade do solo.
Dados do estudo:
No experimento, após pirólise a 1000°C, restou ~25% de resíduo fixo (carvão estável).
Isso indica que, para cada tonelada de bambu carbonizado, 250 kg de biochar são produzidos, contendo carbono sequestrado.
2. Créditos de Carbono: Como Funciona?
Créditos de carbono são certificados que representam a remoção ou não emissão de 1 tonelada de CO₂ equivalente (tCO₂e). Projetos de biochar podem gerar créditos porque:
Evitam emissões: O carbono não retorna à atmosfera como CO₂ (ao contrário da queima ou decomposição natural do bambu).
Sequestram carbono: O biochar age como um sumidouro de carbono de longo prazo.
Metodologias de certificação:
Verra (VCS): Método VM0044 para projetos de biochar.
Puro Standard: Específico para remoção de carbono via biochar.
3. Exemplo Prático e Estimativas por Volume
Suposições:
Produtividade do bambu: 1 hectare (ha) de Bambusa tuldoides produz ~30 toneladas de biomassa seca/ano.
Eficiência da pirólise: 25% de conversão em biochar (dados do estudo).
Teor de carbono no biochar: ~80% (comum em biochar de bambu).
Cálculos:
Carbono sequestrado por ha/ano:
30 ton biomassa → 7,5 ton biochar (25%).
Carbono no biochar: 7,5 ton × 0,8 = 6 ton de carbono.
CO₂ equivalente: 6 ton C × (44/12) = 22 ton CO₂e/ha/ano.
Créditos de carbono gerados:
22 créditos/ha/ano (1 crédito = 1 ton CO₂e).
Valor financeiro (preço médio: US 440/ha/ano**.
Escala regional (exemplo no RS):
1000 ha de bambu:
22.000 ton CO₂e/ano sequestradas.
Receita potencial: US$ 440.000/ano.
4. Fatores que Influenciam a Viabilidade
Estabilidade do biochar: O estudo mostrou que o carvão de Bambusa tuldoides é estável até 1000°C, o que reforça sua durabilidade no solo.
Custos de produção: Pirólise em larga escala requer investimento em equipamentos e logística.
Certificação: Custo de validação pelo padrão Verra ou Puro (US$ 0,5–2,0 por crédito).
5. Casos Reais e Projeções
Projeto Biochar da Amazônia: Gera ~10.000 créditos/ano, vendidos a US$ 30 cada.
Potencial no RS: O Corredor Ecológico da Quarta Colônia, com 50.000 ha recuperáveis, poderia sequestrar 1,1 milhão de ton CO₂e/ano com bambu nativo, gerando ~US$ 22 milhões/ano.
6. Conclusão
A pirólise de bambu nativo, como Bambusa tuldoides, é uma estratégia viável para fixação de carbono e geração de créditos, especialmente no RS, onde o bambu integra sistemas agroflorestais. Com base nos dados do estudo:
Cada tonelada de biochar produzido pode representar ~3,2 ton CO₂e sequestradas.
Projetos em escala comercial podem aliar sustentabilidade, renda para agricultores e mitigação climática.
Referências para Aprofundamento:
Nota: As estimativas são teóricas e dependem de validação empírica, custos locais e políticas de incentivo.
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